Rompendo o silêncio da casa no meio da tarde, minha mãe me
chama, seguido de um “vem cá, ver uma coisa”. Subitamente, a chuva parou e
cedeu lugar a nacos de céu azul, nuvens brancas fofas agrupadas e um sol forte
e abafado que reluzia por tudo.
Em pé, parada, diante da janela aberta da sala, minha mãe olhava
pra rua. Curiosa com o chamado, parei do lado dela. “Olha ali”, ela aponta para
fora, com um sorriso maroto de criança.
O que chamara a atenção dela (e, por fim, a minha), era o espetáculo
dos vapores densos, que saíam dos telhados molhados das casas dos vizinhos sob o
sol, fazendo um bailado que riscava o céu. Ficamos ambas paradas na janela, quietas, vendo as casas "fervendo".
“Que bonito né?” eu disse.
Nos olhamos e sorrimos.
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