Ilustra: Brandt Peters |
“O medo é a medida da indecisão.” (Lenine)
Para o menino que vive em *Tóquio*.
Ela criava as mais variadas explicações para entender o que acontecera. Por mais inteligente, sagaz e lógica que fosse, poderia passar a vida inteira tentando entender os sentimentos dele, sob suas ternas feições. E ele continuaria sendo um mistério irresolúvel para ela. Era praticamente um enigma ambulante!
Não percebia nenhuma paixão fulminante e, ademais, tudo parecia revestir-se de uma certa inevitabilidade, uma espécie de fatalidade na relação deles. Tinha a impressão de que, por entre suas cortinas de fumaça, entre suas reações indiferentes e impassíveis, havia algum interesse.
No entanto, esse pouco interesse se lhe afigurava como uma armadilha. Colocava-lhe certas ideias na cabeça e ela tinha medo de si com ideias na cabeça. Sabia que não há vítimas em relacionamentos. Que somos apenas vítimas de nós mesmos.
E continuava com a nítida sensação de que havia muito pouco a fazer para seduzi-lo. Não havia como manipular seus sentimentos. Ele era mestre nesses jogos e entrava em todos eles para ganhar. Era tudo ou nada. Ela pagou para ver e, naquele momento, sequer sabia onde estava...
2 comentários:
"que vive em Tóquio" diz TUDO.
Inspirações de quem está tão, tão longe...
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