Numa manhã ensolarada de novembro, no interior do T9, uma
jovem mulher chorava silenciosamente sentada ao meu lado, enquanto olhava as
ruas passando lá fora, pela janela. Por sob os grandes óculos escuros, as
lágrimas rolavam quietas e salgadas pelo seu rosto, e eram aparadas, ao lado da
boca, com o lenço de papel. Ao seu lado, só me ocorreu dar-lhe o lenço. Embora eu
também tivesse vontade de lhe dizer “chora, chora à vontade”. Eu não sabia e nem
queria saber os motivos. Mas a julgar pela minha vida, há muitas razões para
chorar.
Tira de Ricardo Siri Liniers |
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