Arguições internas...




Hoje faz uma semana que entreguei minha dissertação.
Não sem muita choradeira e resistência (meu orientador que o diga).
Várias pequenas coisas para corrigir que passaram pelos meus olhos insones e cegos de tanto (re)ler os mesmos trechos...
Pequenos pecados dispensáveis e irreparáveis por ora, mas que me fazem (re)pensar o quanto ainda escreveria diferente várias coisas.
Cada vez que pego o trabalho para (tentar) preparar a defesa, reluto.
Ainda tô de ressaca.
Tô sentindo falta do mar de papel na minha volta.
Me pego lendo “algum livro que pode ser útil para o trabalho” antes de dormir.
Não reconheço mais os azulejos brancos, no banheiro.
Acho que estou com alguma daquelas síndromes que os psiquiatras adoram.
No, no, no. Sou doente.
Alguma espécie de obsessão, compulsão, paranóia ou tudo junto misturado.
Não estou tendo disposição para imaginar muita coisa.
Assisti algumas bancas de colegas para analisar o comportamento das pessoas.
Mestrandos, arguidores e expectadores.
Na real, acho que não sei explicar o meu trabalho, nem o que eu constatei, nem o que eu conclui (ou se eu conclui). Eu sei o que vi, o que penso que vi e o que penso sobre o que penso que vi. Mas, na verdade, ainda não sei ao certo se foi exatamente sobre isso que eu escrevi.
E se eu escrevi algo diferente disso?
Será que o que eu leio nas páginas do trabalho é o que está ali escrito ou o que eu tenho na cabeça que era para estar ali (e que eu acho que está)?
O que eu devo explicar?
O trabalho que está entregue no papel ou o que eu vejo na minha imaginação acadêmica?
Como sei quando começa um e acaba o outro?
... ..... ...
Meu irmão diz que eu penso demais...
Talvez ele tenha razão...
Seguirei (i)lustrando minha armadura de juana darque
e imaginando algo que tenha (?!?) sentido a partir das minhas vozes interiores...

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