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Eis que a versão tupiniquim do Rambo tornou-se o filme de maior bilheteria da história do país (aspirante à imperialista), acumulando a bela cifra de 102,6 milhões e superando “Avatar”. Além disso, o primo pobre ganhou o título de produção com maior número de expectadores na história do cinema brasileiro (10.736.995 após nove semanas de exibição, desbancando o “brasileríssimo” “Dona Flor e seus dois maridos”, de 1976, com 10.735.525 de expectadores). Tais números são atribuídos (pelo diretor e pela mídia) ao “forte esquema antipirataria”, que contou com dicas do BOPE e incluiu (além da produção de cópias em película de 8mm, apenas, devidamente monitoradas), portas detectoras de metais na sala de exibição e uma rigorosa revista nas bolsas, com apreensão de câmeras e celulares dos convidados da sessão de estreia.
Essa “preocupação com a segurança” surgiu depois que a cópia da primeira parte da saga foi “pirateada”, em 2007, e tornou-se fenômeno de vendas no mercado informal. Estima-se que 11 milhões de pessoas tenham assistido uma cópia “pirata” do filme antes de sua estreia. Inegável, pois, a fina ironia: “nunca antes na história desse país” um filme “vazou” antes do seu lançamento e atingiu tamanho público de maneira ilegal (alguns dos quais não frequentadores de salas de cinema); e tampouco dava-se tanta importância à “segurança” das produções imateriais no país como o fora despendido à sua continuação.
E os filmes tratam, basicamente, de ilegalidades!!!
Nunca soubemos copiar tão bem nossos inspiradores vizinhos ianques como agora...

1 comentários:

Tata dijo...

Estás te saindo uma bela crítica de cinema! Mandando ver!!! Muito bom!!!

 
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