catarse

“A gente começa a salvar a humanidade
salvando uma pessoa de cada vez;
todo o resto é delírio romântico ou político.”
Charles Bukowski

Eu nunca quis ser mártir.
Não sou exemplo pra coisa nenhuma.
Não quero discípulos nem seguidores.
E eu nunca quis salvar o mundo.
Mesmo porque questiono
Se existe alguma coisa sob o Sol que deva ser salva.
O seu problema é problema seu.
Porque eu não tenho problemas na minha vida.
Eu não preciso de ajuda.
Sobretudo quando eu olho o meu entorno.
Quando olho à minha volta. 
E se eu não sou parte do problema, sou parte da solução.
Vejo guri agindo que nem adulto.
Vejo adulto agindo como guri.
Eu não gosto de promotores.
Não gosto de advogados e servidores.
Não gosto de juízes e defensores.
Não gosto de criminosos.
Não gosto de técnicos ou monitores.
São tudo da mesma laia.
Da mesma laia que a minha.
Eu não gosto de fazer audiência.
Não quero fazer sustentação oral.
Não gosto de retirar carga e fazer petição.
Mas meu maior defeito é não saber dizer não.
Não conseguir me enxergar de outra forma
Que não como sendo egoísta pra caralho
Quando não ajudo alguém que poderia ajudar.
Alguém de carne e osso, que enxergo e consigo tocar.
Como se a cada pessoa ajudada retirasse de mim
Um pouco do peso da minha existência.
Do que eu sou e do que eu posso dar.
Quando eu ajudo alguém, na verdade, eu ajudo a mim.
Eu me ajudo a suportar meu próprio egoísmo.

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