Por (de)vir


“aliás, fico feliz em constatar que o ponto de demência de alguém seja a fonte de seu charme.”
Gilles Deleuze

Eu poderia ter guardado em meu velho baú
Trezentas coisas, entre sonhos, projetos, ideias e planos de viagem.
Entre nenhuma delas ele estaria ou eu o haveria previsto.
Ele apareceu quase tão instantaneamente no caminho
   quanto eu desejaria que ele habitasse meus guardados, 
   minhas memórias, meus planos.
Entre muitas falas, sorrisos sonoros.
Observações à queima-roupa.
Piadas deliciosamente sem sentido.
Entre os desejos, criações de cotidianos.
Burlas, jogos de palavras, desvio de olhares.
Só é possível desejar o inimaginável, o porvir.
Entre o mistério, o segredo, o sonho.
Enquanto todos vivem a realidade trágica.
Nós construímos a mais fascinante de todas as invenções.


0 comentários:

 
Copyright © oblogueobliquo