Carnaval Roquenrrol


Visão do campus, da janela da minha sala de aula


Feriadinho de carnaval no Brasil. Aqui, ZERO grau e eu na aula. 10 da manhã e neva. Nada muito considerável mas já dá pra acumular uns floquinhos sobre o casaco. Professor atrasado e alunos sonolentos. Todo mundo bem devagar. Me sento no fundo da sala para observar melhor o meu entorno. Participação observante e pouco participante. Antropologia urbana. Conteúdo interessante e professora difícil. Dispara 2.375 palavras por minuto. Difícil de entender. Sobretudo quando eu recém acordei. Minha tecla SAP ainda está “...processando...”

E segue nevando. A grama e as árvores já estão brancas dos flocos que caem. E eu sigo para a próxima aula. Formações socioeconômicas? What the hell does it meaning, God? Que eu cai de páraquedas em uma aula de história dos sistemas econômicos. Sim, economia social desde o período pré-industrial (ou como diria um grande criminólogo que eu conheço: desde a Grécia Antiga? Não fode!), com uma professora que fala sem parar e aos berros. Definitivamente estou no lugar errado. Não volto certo. E segue nevando afú. Encarar a última aula da manhã, ir pra casa, almoçar e, quiçá, fazer uma “siesta” antes de ler alguma coisa e dar uma volta pela cidade.

Interessante observar, no entanto, que o ambiente acadêmico reflete de maneira relativamente precisa o que se observa no cotidiano madrilenho. Para ficar mais claro, uma observação rotineira. Se não todos, pelo menos 92,4% da população de Madrid fuma. 97,2% bebe. E 100% faz as duas coisas juntas e de maneira constante. É possível afirmar, sem muita margem de erro inclusive, que os espanhóis foram os únicos que entenderam e puseram em prática a máxima punkrockhardcore “live fast and die young”. Nos corredores da faculdade a visão é idílica, em termos de transgressão do ideal moderno de longevidade e corpos saudáveis. Além do visual, deveras ronquenrol (que será tema de um futuro post), a galera almoça degustando (várias) cervejas e fumando vários (na maioria das vezes cigarro). Ah, bons tempos de Bar do Antônio no campus central da UFRGS...

E para quem viveu o período em que se fumava nos corredores (cigarros, crianças!) do prédio 11 da PUCRS (diante da placa proibicionista), aquilo era brincadeira de criança. Aqui, a névoa branca toma conta dos corredores e de todas as salas. E é só passar de uma sala para outra para o cheiro de cigarro grudar em roupas, cabelos, folhas, enfim... !Qué lindo!

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